sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Breves Comentários sobre a Autonomia da Obra de Arte

Thiago Martins Prado

O presente trabalho discute a construção do ideal de autonomia do projeto esclarecido da modernidade, apontando considerações como a de Jürgen Habermas, para o qual a arte da modernidade foi um empreendimento efetivado por meio de uma divisão tripartida do saber (ciência, moral e arte) com o intuito de superar antigas relações entre o conhecimento metafísico e a cosmovisão religiosa. Ao pensar a arte da modernidade como uma criação da burguesia, a comunicação reconhece a autonomia como uma marca para autenticar o pensamento da classe mercantil e, estrategicamente, para expandir tal pensamento. No entanto, no caso do desenvolvimento dessa autonomia, há especificidades na forma como foi compreendida a sua delimitação como área do saber de modo que não pode ser equiparada à edificação das outras divisões do conhecimento. Apropriando-se do romance O Colecionador, de John Fowles, uma breve discussão teórica a respeito da condição da arte como autônoma na sociedade burguesa e da ameaça dessa autonomia na sociedade contemporânea será relatada nessa apresentação a fim de que se possa enxergar algumas mudanças de paradigmas quanto à função estética. De forma panorâmica, considerações de Theodor Adorno, de Walter Benjamin, de Jean Baudrillard e de Claude Lévi-Strauss serão articuladas de modo a refletir sobre questões centrais sobre a arte na modernidade e na contemporaneidade.

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