quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Todos os cantos: representações da cidade entre memória e poesia em ‘Delírio do Ver’ de Maria da Conceição Paranhos

Vilma Santos da Paz

O presente trabalho Todos os cantos: representações da cidade entre memória e poesia em "Delírio do ver" de Maria da Conceição Paranhos foi realizado a partir da análise dos livros Delírio do ver e Minha Terra da escritora supracitada, buscando relacionar o sujeito poético, ou sujeito enunciador, às imagens da cidade que aparecem nestas obras. Seu objetivo é estudar como se dá a construção do sujeito e do seu discurso sobre a cidade, feita não apenas de pedra, mas de palavras, suor e sangue. As veias ou vias dessa cidade são circundadas por seu sangue: citadinos, transeuntes, caos moderno, pessoas quase ou completamente desconhecidas que evitam o toque uns dos outros, evitam esbarrar uns nos outros. Desse ponto de vista, a cidade também é artificial. A poesia de Paranhos mostra um sujeito em constante relação com a cidade. Mesmo quando trata do campo, nela está presente o desejo da cidade grande, como ocorre no livro As esporas do tempo, anteriormente estudado, no qual, logo de início, apresenta-se uma cidade que não se descola da própria fala do sujeito, entranhada na própria pele da escritora-leitora que a constrói em seu discurso e que a vive enquanto citadina.

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