sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O apagamento dos nomes indígenas e africanos na antroponímia baiana

Sônia Cristina Martins Ferreira

Os contatos entre europeus, índios e africanos determinaram a estrutura do léxico do português brasileiro. Este trabalho objetiva um estudo sistemático sobre a constituição da história do léxico, no aspecto da antroponímia, considerando a produtividade das influências indígena e africana na tradição antroponímica baiana. Observamos, a partir da lista de nomes dos aprovados no processo seletivo da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2005 que, dos 2070 nomes do corpus selecionado, analisados de A a J, ocorreram apenas doze indígenas e nenhum africano. Dos doze indígenas, apenas cinco estão dicionarizados por Nascentes(1952). Constatamos que os dois antropônimos africanos atestados por ele não constam no corpus. Dos resultados obtidos, pode-se chegar a uma conclusão inicial: indígenas e africanos foram expropriados dos seus nomes na história lingüística do Brasil.

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