sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Vozes femininas negras: Maria Firmina dos Reis, Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo

Francineide Santos Palmeira

O projeto Vozes femininas negras – Maria Firmina dos Reis, Carolina de Jesus e Conceição Evaristo – objetivou averiguar, por meio da apreciação das obras: ÚRSULA, de Firmina dos Reis, DIÁRIO DE BITITA, de Carolina de Jesus, e BECOS DA MEMÓRIA, de Evaristo, em que medida os discursos dessas autoras assemelham-se e diferenciam-se no que tange as questões étnico-raciais/gênero. A leitura/análise desses textos permitiram-nos realizar um cotejo entre vozes afro-descendentes pertencentes a momentos históricos distintos, o que naturalmente evidenciou semelhanças e diferenças. De um lado, as autoras fazem parte de um grupo de escritoras negras que apresentam um contra-discurso em suas produções literárias questionando/rasurando uma tradição literária que representa a afro-descendência/afro-descendentes a partir de imagens negativas/depreciativas Por outro lado, as escritoras retratam fases distintas da história afro-descendente: em ÚRSULA, os negros vivenciam a escravidão; DIÁRIO DE BITITA, delineia estratégias de escravização do século XX, tais como o cotidiano das empregadas domésticas; BECOS DA MEMÓRIA enfoca a reconfiguração da situação escravista por meio da moradia- favela/senzala. Em relação à questão de gênero, as obras se diferenciam visto que Firmina prioriza o contexto das mulheres brancas abastardas; ao passo que Carolina de Jesus e Evaristo retratam a questão entre a população pobre e negra.

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