sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Palatalização das consoantes oclusivas dento-alveolares em inquéritos do projeto Atlas Lingüístico do Brasil.

Milena Pereira de Souza

Este trabalho analisa um dos aspectos existentes no português brasileiro — a palatalização das oclusivas dento-alveolares /t, d/ diante da vogal alta /i/. Utilizaram-se como corpus três tipos de questionário do Projeto Atlas Lingüístico do Brasil (Projeto ALiB) — o questionário fonético-fonológico, o semântico-lexical e os temas para discursos semidirigidos. O Projeto ALiB é um projeto de extensão nacional que visa a observar e descrever a realidade lingüística do Brasil. Os questionários aplicados em cinco capitais — Salvador, Recife, Maceió, Aracaju e Teresina — tiveram como informantes homens e mulheres, com características que corresponderam à metodologia do Projeto ALiB. A análise foi condicionada a fatores lingüísticos, geolingüísticos e sociolingüísticos relevantes para o trabalho. Os resultados obtidos nos indicam o uso da variante palatal categórico em Salvador e predominante em Teresina. Nas demais capitais, as duas variantes convivem, com predominância da dental principalmente em Maceió. A variante palatal, de um modo geral, predomina na fala dos informantes de nível universitário e das mulheres mais jovens. Do ponto de vista estritamente lingüístico, destacam-se, como fatores favorecedores, o não vozeamento da consoante (mentira, capoti) e a presença de vogal palatal alta na sílaba anterior, como conjuntiviti e liquidificador.

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