sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Estudos sobre o verbo “pegar”: uma abordagem sociofuncional

Rebeca Cerqueira Andrade de Alcântara

Este trabalho tem por proposta verificar os graus de transitividade nos contextos de uso com o verbo pegar e analisar os usos mais gramaticalizados/discursivizados, como as construções com verbos seriais e casos em que há estruturas mono-argumentais, partindo-se da hipótese de que os usos mais abstratos relacionam-se com a transitividade, o aspecto e o argumento. A abordagem lingüística utilizada para a fundamentação teórica baseia-se no funcionalismo norte-americano, na linha da gramaticalização. A metodologia aplicada utiliza-se da Sociolingüística laboviana para análise dos corpora do séc. XX, PEPP/SSA/90 e NURC/SSA/70 e 90 e na proposta de Hopper e Thompson (1980) que apresentam dez traços de transitividade, que são: número de participantes, cinese, aspecto, punctualidade, polaridade, modalidade, agentividade do sujeito, volição/ intencionalidade/ controle, individuação e afetamento do objeto. Dados já analisados mostraram que os graus de transitividade variam de sentença para sentença e que há traços de transitividade em toda e qualquer sentença, mesmo naquelas chamadas, pela tradição gramatical, de intransitivas, pois a transitividade dá-se no contexto e não centrada no verbo.

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