sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O passado do passado: o pretérito mais-que-perfeito nos séculos XVII e XVIII

Joalêde Gonçalves Bandeira

Esta pesquisa traz como objetivo analisar e descrever as funções e valores desempenhados pelo pretérito mais-que-perfeito em suas formas simples e composta, comparando o seu emprego nos séculos XVII e XVIII. Tomou-se como corpus para o século XVII, textos do Padre Antonio Vieira: as cartas da Bahia (1651-1697) e os Sermões da Sexagésima e do Bom Ladrão, ambos escritos no ano de 1655 (estudo já realizado anteriormente); para o século XVIII, as Cartas Baianas Setecentistas, escritas por comerciantes portugueses e brasileiros, no período de 1763 a 1799. Ciente de que nos textos analisados do século XVII, o emprego das formas simples e composta ainda não obedecia a critérios específicos sendo empregadas indistintamente a forma do mais-que-perfeito simples em textos mais ou menos formais, parte-se da hipótese de que no século XVIII, o uso do tempo composto começa a se consolidar. A análise toma por base os pressupostos teóricos do Funcionalismo que se caracteriza pela concepção da língua como um instrumento de comunicação, maleável à satisfação das necessidades comunicativas do falante, no sentido de detectar, se possível, fatores que determinem o emprego de uma ou outra forma verbal.

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