sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O scriptor 3 do livro do Tombo II e o (in)consciente lingüístico

Jaqueline Carvalho Martins de Oliveira

O Livro II do Tombo é um dos 11 volumes da coleção que se encontra no Acervo de Obras Raras da Biblioteca do Mosteiro de São Bento da Bahia. Durante a análise do livro, ainda não finda, pode-se verificar que o scriptor 3 (tabelião) não grafa os vocábulos inteiramente e que essa fragmentação não se dava de maneira aleatória. Fez-se necessária a discussão de tal particularidade, que resultou neste trabalho: breve comentário sobre tais notações morfemáticas, de caráter hipotético, especulativo, mas baseado em dados empíricos. No primeiro contato com o manuscrito percebia-se o fato de que o scriptor 3 grafava os termos, (des)agregando-os por seu contexto fonético e não por sua morfologia, como hoje se faz. As partírculas, sistematicamente, agregavam-se umas às outras ou à outros termos maiores. As correntes estruturalistas consideram os falantes inconscientes com respeito a processos que remetem a diacronia lingüística, tais como o processo de formação de palavras. A língua é concebida como instrumento de comunicação, homogêneo, exterior e, portanto, inatingíveis por parte dos falantes. Nas últimas décadas ganharam força vertentes de análise que primam tanto pelo aspecto estrutural, quanto pelo contextual: a ciência dos fatores intra e extralingüísticos tornaram, de igual modo, relevantes.

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