quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Formação de professores da EJA numa pedagogia multiculturalmente sensível

Terezinha Oliveira Santos

Trata-se de uma pesquisa-colaborativa, de cunho etnográfico, inserida numa unidade de ensino situada em Cajazeiras, periferia de Salvador, onde exerço minha prática pedagógica na Educação de Jovens e Adultos. Na dissertação “Configurações Identitárias numa turma da EJA: uma leitura para além das margens”, um trabalho auto-etnográfico, defendido no ano em curso, questionei o meu papel como professora/pesquisadora negra dentro da escola pública, na Academia e para além. Nesta tese de doutoramento, volto à mesma escola do trabalho anterior, convidando um grupo de colegas com o objetivo de analisarmos as práticas de leitura e escrita interpostas nas salas de aula da EJA; refletirmos acerca das nossas concepções de si e do Outro, a partir dos aspectos étnico-raciais, etários, de gênero e lingüísticos, como professores da Língua Portuguesa; percebermos como tais concepções interferem no processo avaliativo dos atores sociais de uma educação historicamente datada pela sua dinâmica excludente. Sem perder de vista o pensamento freireano, para quem “Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no campo do outro.” (FREIRE, 1996, p.32), buscamos apoio na Lingüística Aplicada e na sua intertextualidade com outros campos do conhecimento, tais como, a Sociolingüística, a Geografia, os Estudos Culturais, a Análise do Discurso Crítica, entre outros, rumo à uma formação pedagógica multiculturalmente sensível.

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