quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Diga não às drogas

Luciene Aguiar Pessoa de Melo Oliveira

A leitura e a interpretação de uma crônica, gênero escolhido para este trabalho, têm de ultrapassar uma abordagem restrita ao código lingüístico que a tem, de forma geral, caracterizado. Luís Fernando Veríssimo, em suas crônicas, revela-nos o registro do léxico circunstancial do nosso cotidiano mais simples. Acrescentando, aqui e ali, fortes doses de humor, sensibilidade, ironia, crítica e poesia, o cronista com graça e leveza, proporciona ao leitor uma visão mais abrangente, que vai além do fato: mostra-lhe, através das metáforas, os sinais de vida que diariamente deixamos escapar. O autor usa mecanismos lingüísticos da coesão lexical que servem à manifestação da continuidade, da não-contradição, que deve ser observada tanto no âmbito interno quanto no âmbito das relações do texto com o mundo a que se refere. Acredita-se que os papéis metafóricos exercidos pelas escolhas lexicais desse cronista exercem valores que assumem aspectos a serem verificados: a presença e a pertinência das relações e dos fatos e conceitos apresentados. A abstração individual e arbitrária que essa leitura oferece testemunha os imaginários sociais e os contextos culturais. As crônicas de Luís Fernando Veríssimo são curtas, fáceis, divertidas, escritas numa linguagem clara parecida com a que se fala todo dia. Porém, torna-se importante uma investigação acerca do léxico que as compõem para que se leia o recado desse autor cuja intenção é chegar mais perto do seu leitor.

Nenhum comentário: