Teia de palavras: tentativa de classificação dos campos lexicais no vocabulário de Arthur de Salles

Rosinês de Jesus Duarte

A produção escrita do poeta Arthur de Salles, entre os anos de 1901 a 1940, possibilita a amostragem de uma totalidade de signos léxicos que estão diretamente ligados à identidade cultural do Recôncavo Baiano. Dessa forma, na expectativa de trazer ao centro, esse mundo periférico, pretende-se mergulhar no mundo de signos que emerge da escrita desse poeta. Para tanto, a partir dos glossários que integram as diversas edições preparadas da obra de Arthur de Salles, complementando-os com novos dados, buscar-se-á fazer uma análise dos campos lexicais do vocabulário do autor, na perspectiva da lexemática coseriana (COSERIU, 1977). Nesse trabalho, pretende-se organizar o conteúdo dentro de um universo: o Recôncavo Baiano. Esse universo, porém, será delimitado pela ótica do poeta Arthur de Salles, os campos das designações originados aqui, serão reflexos da cosmovisão do poeta que traz consigo suas leituras várias, seu amor ao dicionário e suas fontes inspiradoras. A tradição lexicográfica prefere o método da semasiologia, obedecendo a uma ordem alfabética, sem se preocupar com a relação semântica que cada palavra pode estabelecer com outras. No vocabulário de Arthur de Salles a ser analisado não se dará prioridade a essa macroestrutura alfabética, mas a uma organização por campos lexicais, encabeçados ou não por um hiperônimo.